O igarassuense revolucionário é um símbolo de resistência: lutou como poucos, mas sua história não é conhecida por muitos
Neste sábado, dia 20 de novembro, é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi criada para refletir sobre os horrores do racismo e também, em homenagem ao Zumbi dos Palmares. A prefeitura de Igarassu homenageia figuras negras importantes, como Antônio Pedro de Figueiredo, entre outras personalidades.
Nascido em 1814, o filho de Igarassu, Antônio, ficou conhecido por difundir o ecleticismo no Brasil ao lado do filósofo francês Victor Cousin — fundador da Escola Eclética. Além disso, o igarassuense era filósofo, ensaísta, jornalista, tradutor e professor; dominava a língua francesa e inglesa, e teve um papel fundamental na Revolução Praieira. Em sua época, a escravidão ainda existia, e por ser considerado um “mulato”, vivia em liberdade. Apesar disso, sua vida não foi nada fácil, e a sua cor de pele era evidenciada quando queriam lhe diminuir.
Apelidado de “Cousin fusco”, que era uma expressão racista, e geralmente depreciado pela imprensa (chegando, inclusive, a ser comparado com Machado de Assis pela “vaidade de mulato que procurava fugir”), Antônio enfrentava as críticas e desafiava os preconceituosos. Sua figura é rodeada de mistérios, e há várias hipóteses do porquê do seu esquecimento — uma delas, inclusive, baseia-se na sua raça —, apesar de ser bastante estudado na França. No entanto, o seu legado é bastante prestigiado, e sua história de vida serviu de lição para a sociedade. Por isso, relembrar a sua pessoa é necessário numa data como esta, porque além de tudo, ele era natural da cidade que faz história.